Afrofuturismo • Cultura Digital • Experiências Imersivas • Oficinas

CHAMADA PARA PARTICIPAR DO LAB QUILOMBOLA

Você que é artista negra(o) da cultura digital, se ligue nesta convocatória.

Atravessados pelas correntezas que posicionam o povo preto conscientes de sua ideia potência, abrimos a chamada artística do Lab Quilombola. A proposta deste laboratório tem por objetivo promover o encontro entre mestras de saberes quilombolas e artistas contemporâneos da cultura digital, para o desenvolvimento de obras artísticas afrofuturistas.

Serão selecionados 3 artistas, cada qual irá desenvolver um projeto em conjunto com mestras em territórios quilombolas do Estado de São Paulo. 

A emergência desta proposição afrofuturista reside na combinação da afrocentricidade, ficção especulativa, reparação histórica, cultura digital e construção de contra-monumentos. Trata-se de uma ação afirmativa com o intuito de recontar eventos do passado, participação na construção do presente, e de um posicionamento do povo negro no centro das visões de futuro, tudo isso expressado por meio da arte que emerge como criação simbólica de todas essas lutas.

Inscreva-se até 31/07

Lab Quilombola

O Lab Quilombola é uma iniciativa que reúne a complexidade cultural e identitária dos povos da diáspora africana com arte e as novas tecnologias.

O projeto tem por objetivo o desenvolvimento de produções afro-centradas no universo da cultura digital e o posicionamento do povo negro no centro das visões de futuro, através de criações artística afrofuturistas.

O projeto visa o encontro entre mestres da cultura ancestral afro-brasileira, com artistas e ativistas da cultura digital (designers, artistas, creative coders, makers) com o objetivo de realizar um laboratório afrofuturista, que mistura saberes ancestrais afro-centrados e novas tecnologias, para a produção de peças de artes visuais em multilinguagens.

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A trajetória de resistência do Atlântico Negro é marcada pela luta constante no preenchimento de hiatos físicos e simbólicos deixados por um epistemicidio colonial.

O Acervo de memórias das identidades negras sequestradas reside no ancestral.

Fragmentos sensíveis de uma oralitura afrocentrada que remontam passado, presente, e futuro, circunscritos simultâneamente em um movimento contínuo, tempo espiralar.

Neste continuum, os povos afropindorâmicos ergueram quilombos, monumentos (símbolos) de luta e resistência pela retomada de si. Reside nos territórios quilombolas desde sua gênese, um afro-futuro atemporal. Lugar de confluência entre as forças da natureza e modos de vida. Espaço de criação de imaginários livres, através de um resgate histórico, luta política, e afirmação de uma cosmogênese afrocentrada.

Etapas

Hacklab

O Hacklab consiste em residências artísticas de 6 dias, que serão realizadas entre a última semana de agosto e a primeira de outubro de 2024, nos quilombos indicados no ato da inscrição. Durante esse período de imersão, cada artista terá contato com o cotidiano da comunidade, dinâmicas, história do território e saberes tradicionais quilombolas. Esse formato de laboratório prevê a partilha de saberes entre mestras locais e artistas selecionados para cocriação de obras de artes ancestro-futuristas. A memória deste encontro, entre ancestralidade e arte contemporânea, ficará registrada também por meio de uma websérie, em três episódios de curta-metragem, de ficção especulativa documental.

Openlab

O Openlab foi pensado como espaço-tempo para lançamento das obras produzidas desde o Hacklab, onde artistas e mestras quilombolas irão se reunir para expor resultados da residência artística, ministrar oficinas, participar de rodas de conversa e somar em exibições audiovisuais, na cidade de São Paulo.

Quilombos e seus saberes

QUILOMBO #01

Localizado na beira do mar e junto da floresta de Mata Atlântica, é um território que vive de turismo, artesanato, pesca e também da articulação comunitária pela luta organizada que busca garantias de direitos. Local centenário, sua história de resistência segue reverberando com força nos dias de hoje e, ainda que tenha terras tituladas, a população enfrenta conflitos diversos pela garantia da terra e manutenção de suas tradições.

Neste quilombo, iremos encontrar com uma mestra artesã, erveira e contadora de histórias, que trabalha com brincadeiras quilombolas que fazem parte das antigas gerações de sua família. Ela também trabalha com tecelagem de redes e conhece as plantas medicinais do seu quintal e do seu quilombo.

QUILOMBO #02

Localizado entre a praia e o sertão, esta comunidade congrega diversas atividades culturais, recebe grupos e possui como ponto central uma sede que foi transformada em um local de visitação, reconstruindo as memórias do tempo que os antepassados negros foram escravizados. Atravessado por uma grande rodovia, o quilombo promove o turismo de base comunitária, o jongo, a feitura da farinha, entre outras ações como ferramentas de promoção da cultura tradicional.

As mestras escolhidas nessa comunidade possuem um trabalho artesanal conectado às suas raízes familiares e tecem com fibra de taboa, uma planta tradicional dessa localidade que é colhida, trabalhada e transformada em arte.

QUILOMBO #03

Localizada no interior de São Paulo e fundada em 1888, essa comunidade quilombola guarda em suas tradições orais a sabedoria de uma língua africana. Lá também se dança, canta e toca-se o jongo. As roças agroecológicas são referências para muita gente que ouve falar desse território. Seus festejos celebram a religiosidade afro-católica e a organização comunitária se fortalece a cada dia recebendo visitas, promovendo encontros e levando suas histórias para outros cantos do Brasil.

A mestra dessa comunidade desenvolveu uma técnica de estamparia botânica singular que imprimi histórias, memórias e símbolos por meio de plantas sagradas em tecidos, papeis e outros objetos. Ela também é erveira e conhecedora das plantas medicinais do quilombo e, além disso, representa uma das lideranças que organizam a comunidade e suas atividades.

Prazo de inscrição

A convocatória do Lab Quilombola está aberta para inscrição de trabalhos até 31 de julho de 2024 às 23:59:59.

(Horário: -03:00 GMT/Brasil)

Sobre a inscrição

Podem inscrever-se gratuitamente nesta convocatória artistas que se auto declaram negras, negros, negres, individualmente ou em duplas (representadas por um único integrante), desde que atendam todas as condições previstas neste documento

Não serão aceitas inscrições impressas, por e-mail ou por qualquer outro meio que não seja o formulário digital especificado. A proposta de projeto/obra deve levar em consideração os aspectos dos quilombos propostos, assim como os dois momentos fundamentais do projeto: Hacklab e Openlab.

O Hacklab pode ser entendido como espaço de partilha, criação/prototipação da obra, e produção de ficções especulativas. Já o Openlab será o momento de trazer a público as obras produzidas.
Será bem-vindo um documento (pdf) com detalhamentos criativos de sua proposta. E os materiais complementares devem ser encaminhados por links para download que não expirem e sejam de acesso livre (por exemplo, Google Drive, Dropbox, OneDrive).

As inscrições serão feitas exclusivamente pelo formulário digital.
Caso tenha dúvidas pontuais, escreve pra gente em labquilombola@maranha.com.br

Seleção

A comissão organizadora e a curadoria irão selecionar projetos e propostas alinhadas com as questões conceituais e práticas do Lab Quilombola. Os aspectos mais relevantes são:

a) Desenvolvimento de obras artísticas de conteúdo afrocentrado;

b) Os projetos submetidos devem considerar as características do território quilombola escolhido, e propor a cocriação de uma obra artística que integre os saberes do quilombo e suas respectivas mestras;

c) Obras que contemplem o uso criativo de tecnologias analógicas e digitais;

d) Produção de ficções especulativas afrofuturistas;

e) Qualidade do portfólio artístico recebido;

f) Território do qual o/a artista faz parte (havendo ação afirmativa para contemplar artistas periféricos).
A seleção e decisões da curadoria e comissão organizadora são soberanas, não cabendo qualquer tipo de recurso contra os resultados.

O anúncio dos selecionados* ocorrerá exclusivamente via canais oficiais da Maranha (site, redes sociais e email).

* artistas selecionados só poderão comunicar sua participação após todas etapas de homologação do projeto
* caso haja algum impeditivo na participação de artistas selecionados, em qualquer etapa do projeto, a comissão organizadora entrará em contato com artistas suplentes nos critérios de classificação deste chamado

Suporte financeiro

Cada um dos 3 artistas selecionados receberá um suporte financeiro para o desenvolvimento de seu projeto no valor total de R$11.000,00 (onze mil reais).

O suporte financeiro será dividido em 2 bolsas:

Bolsa Residência: destina-se à remuneração do artista pela participação em todo projeto (Hacklab e Openlab). Esse recurso será pago diretamente ao artista desenvolvedor de sua obra;
Valor: R$ 5.000,00


Bolsa Criação: destina-se aos custos que envolvam todas etapas de criação e produção da obra – sendo de responsabilidade do artista a execução completa no local definido para o Openlab.

Esses recursos devem ser utilizados respeitando as regras de execução financeira do Pro-Mac, ficando a produção executiva do projeto responsável pelas diretrizes e apoio nesse processo.
Valor: R$ 6.000,00

Inscreva-se

Preencha o formulário para se inscrever

Inscrição
28 de Junho de 2024 a 31 de Julho de 2024

Análise e Curadoria
09 de agosto 2024

Divulgação dos selecionados
16 de Agosto de 2024

Se faltou algo,
escreva para
ola@maranha.com.br

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